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Vida dos Santos
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1/9/2025

Um poderoso auxiliar para momentos de pânico

Equipe do Padre Leonardo Wagner

Este santo que é representado com um ferimento de flecha, ao lado de uma corça, é um poderoso auxiliar para momentos de pânico ou crises de epilepsia, loucura e terrores noturnos. Descubra o motivo!

Infância

Santo Egídio (também chamado Gil) nasceu de uma linhagem real em Atenas, por volta de 640, e desde a infância se envolveu tanto com as coisas de Deus e às obras de caridade que parecia não se importar com mais nada. 

Com a morte de seus pais, distribuiu toda a sua fortuna entre os pobres; chegando a despir-se de sua própria roupa para cobrir um homem doente, que foi curado assim que a vestiu. 

Eremita

Muitos outros milagres logo tornaram seu nome tão célebre, que para fugir à fama refugiou-se em Arles, no sul da França, junto a São Cesário (bispo que combateu o semipelagianismo). 

Passou pelas costas da Grécia até as margens do Ródano, e por fim se deteve nas florestas da Septimânia (também no sul da França), onde pareceu ter encontrado a solidão que tanto desejava. Ali, durante três anos, habitou em uma gruta escondida entre os espinheiros, empregando seu tempo em ações de graças a Deus. 

Naquele deserto, viveu vida de maravilhosa santidade: seu único alimento eram raízes de ervas e água, até que o Senhor lhe enviou uma corça para sustentá-lo com seu leite, a qual vinha até ele em horas determinadas.

Um dia, perseguida por cães de caça, a corça correu em pânico até o santo, seguida pelos caçadores do rei dos godos, Flávio. Segura com seu protetor, suas angústias se acalmaram; mas uma flecha, destinada a ela, atravessou a mão de Egídio, cuja ferida não cicatrizou até sua morte, pois ele se recusou a tratá-la, desejando carregar aquela dor pelo resto da vida.

Abade

O rei visitou-o, e tão impressionado ficou pela virtude do servo de Deus, que se deixou tomar de grande simpatia e respeito por ele. Foi o bastante para que Egídio, em pouco tempo, recebesse visitas de muita gente, e o nome e santidade se lhe tor­nassem conhecidos e celebrados em toda a redondeza.

Por ordem do mesmo Flávio, Egídio foi obrigado a assumir o governo de um mosteiro, tornando-se seu abade; e depois de exercer esse ofício durante vários anos com muita piedade e prudência, migrou para o céu por volta do ano 720, em um local que hoje se chama Saint-Gilles, também no sul da França.

Após a morte do servo de Deus, o lugar tornou-se cada vez mais frequentado. Do norte, do leste e do sul, afluíam peregrinos para rezar e cumprir seus votos no túmulo daquele que rapidamente se tornou conhecido como um dos santos mais eficazes do céu.

Santo Auxiliar

Santo Egídio é o único confessor entre o grupo dos quatorze santos auxiliares, cujos nomes aparecem nos antigos missais nesta ordem: Jorge, Brás, Erasmo, Pantaleão, Vito, Cristóvão, Egídio, Acácio, Dionísio, Ciríaco, Eustáquio, Catarina de Alexandria, Margarida e Bárbara. 

Esses santos chamados auxiliares são reconhecidos por sua especial assistência em determinadas necessidades.

Santo Egídio é invocado contra pânico, epilepsia, loucura e terrores noturnos. 

Fama de santidade

Entre as multidões, vinham papas (Urbano II, que consagrou o altar da basílica onde repousava o corpo santo; Gelásio II; Calisto II; Inocêncio II; Clemente IV, que nasceu em Saint-Gilles; e Júlio II) e reis (Boleslau III da Polônia e São Luís de França).

Saint-Gilles passou a figurar como uma das três grandes peregrinações do Ocidente; as outras duas sendo Roma e Santiago de Compostela.

Referências:

Pe. Alban Butler. The Lives of the Saints, Benziger Bros, 1894.

Pe. João Batista Lehmann. Na luz perpétua. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 1953.

Dom Prosper Guéranger. The Liturgical Year. 15 v. Loreto Publications, 2000.

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