Preparação
Colocar-se fisicamente diante do tabernáculo. Se não for possível, pedir ao Santo Anjo Custódio que o faça em seu lugar, e, tendo feito um breve ato de contrição, fazer a comunhão espiritual.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam.
Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da Terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do Seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores.
[ver abaixo]
Ó Divino Coração Eucarístico de Jesus, aqui estamos nós, prostrados com um coração contrito e adorador diante da majestade do Vosso amor redentor no Santíssimo Sacramento. Declaramos que estamos dispostos a reparar por expiação voluntária, não apenas por nossos próprios pecados pessoais, mas, em particular, pelos ultrajes indescritíveis, sacrilégios e indiferenças com os quais Vós estais ofendido no Santíssimo Sacramento do Vosso Divino Amor neste nosso tempo, especialmente pela prática da Comunhão na mão e pela recepção da Sagrada Comunhão em estado de descrença e pecado mortal.
Quanto mais a incredulidade ataca a Vossa Divindade e a Vossa presença real na Eucaristia, mais acreditamos em Vós e Vos adoramos, ó Coração Eucarístico de Jesus, no qual habita toda a plenitude da Divindade!
Quanto mais os Vossos sacramentos são desprezados, mais creremos neles e mais reverentemente queremos recebê-los, ó Coração Eucarístico de Jesus, fonte de vida e santidade!
Quanto mais o Vosso Santíssimo Sacramento é ultrajado e blasfemado, mais proclamaremos solenemente: “Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos! Peço-Vos perdão para os que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam“, ó Coração Eucarístico de Jesus, digno de todo louvor!
Quanto mais Vós sois abandonado e esquecido em Vossas igrejas, mais queremos Vos visitar, Vós que habitais entre nós nos tabernáculos de nossas igrejas, ó Coração Eucarístico de Jesus, Casa de Deus e Porta do Céu!
Quanto mais a celebração do sacrifício eucarístico é privada de seu caráter sagrado, mais queremos apoiar uma celebração reverente da Santa Missa, orientada externa e internamente para Vós, ó Coração Eucarístico de Jesus, tabernáculo do Altíssimo!
Quanto mais Vós sois recebido na Sagrada Comunhão nas mãos e de pé, sem um sinal visível de humildade e adoração, mais queremos receber-Vos na língua e de joelhos, com a humildade do publicano e a simplicidade de uma criança, ó Coração Eucarístico de Jesus, de majestade infinita!
Quanto mais corações impuros em estado de pecado mortal Vos receberem na Sagrada Comunhão, mais queremos fazer atos de contrição e purificar os nossos corações com a frequente recepção do Sacramento da Penitência, ó Coração Eucarístico de Jesus, nossa Paz e Reconciliação!
Quanto mais o inferno trabalha pela perdição das almas, mais o nosso zelo pela salvação delas arde com o fogo do Vosso amor, ó Coração Eucarístico de Jesus, salvação dos que esperam em Vós!
Quanto mais a diversidade de religiões é declarada como vontade positiva de Deus e como um direito baseado na natureza humana; e quanto mais o relativismo doutrinário cresce, mais confessamos vivamente que Vós sois o único Salvador da humanidade e o único caminho para Deus Pai, ó Coração Eucarístico de Jesus, Rei e centro de todos os corações!
Quanto mais algumas autoridades da Igreja não se arrependerem da exibição de ídolos pagãos nas igrejas, e mesmo em Roma, mais confessaremos a verdade: "Que acordo existe entre o templo de Deus e os ídolos?" (II Cor 6, 16); e mais condenaremos convosco “a abominação da desolação no lugar santo” (Mt 24, 15), ó Coração Eucarístico de Jesus, templo santo de Deus!
Quanto mais os Vossos santos Mandamentos são esquecidos e transgredidos, mais queremos observá-los com a ajuda da Vossa graça, ó Coração Eucarístico de Jesus, abismo de todas as virtudes!
Quanto mais a sensualidade, o egoísmo e o orgulho reinam entre os homens, mais queremos dedicar nossa vida a Vós com um espírito de sacrifício e abnegação, ó Coração Eucarístico de Jesus, saturado de opróbrios!
Quanto mais violentamente as portas do inferno assaltam a Vossa Igreja e a rocha de Pedro em Roma, mais cremos na indestrutibilidade de Vossa Igreja, ó Coração Eucarístico de Jesus, fonte de toda a consolação, que não abandonais Vossa Igreja ou a Rocha de Pedro, nem mesmo nas tempestades mais pesadas!
Quanto mais as pessoas se separam em ódio, violência e egoísmo, mais intimamente nós, como membros da única família de Deus na Igreja, queremos amar uns aos outros em Vós, ó Coração Eucarístico de Jesus, cheio de bondade e de amor!
Ó Divino Coração Eucarístico de Jesus, concedei-nos a Vossa graça, para que sejamos fiéis e humildes adoradores, amantes, defensores e reparadores do Vosso Coração Eucarístico nesta vida e recebamos as glórias do Vosso amor na visão beatífica por toda a eternidade!
Senhor Jesus Cristo, que neste admirável sacramento nos deixastes o memorial da vossa Paixão, concedei-nos, Vos pedimos, que de tal sorte veneremos os sacratíssimos mistérios do vosso Corpo e do vosso Sangue, que experimentemos perpetuamente no nosso íntimo o fruto da vossa Redenção, Vós, que viveis e reinais com Deus Pai em unidade do Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Santo Tomás de Aquino, São Pedro Julião Eymard, São Francisco Marto, São Tarcísio, São Padre Pio e todos os santos eucarísticos, rogai por nós.
Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento, rogai por nós.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
* * *
Lição da Epístola do Beato Apóstolo Paulo aos Coríntios.
Irmãos: Foi com o Senhor que aprendi aquilo que vos ensinei: Que o Senhor Jesus, naquela mesma noite em que foi traído, tomou o pão, e, dando graças, partiu-o e disse: «Tomai e comei: isto é o meu corpo, que será entregue por amor de vós. Fazei isto em minha memória». E, de modo semelhante, após a ceia, tomou também o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto todas as vezes que o beberdes, em minha memória; pois todas as vezes que comerdes este pão e que beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha». Assim, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente, será réu do Corpo e do Sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo; e, depois, coma deste pão e beba deste cálice; pois o que come e bebe indignamente, come e bebe a sua própria condenação, não distinguindo o Corpo do Senhor.
℟. Graças a Deus.
Continuação do santo Evangelho segundo São João.
℟. Glória a Vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Minha Carne é verdadeira comida e o meu Sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e Eu nele. Assim como meu Pai, que é fonte de vida e me mandou, e Eu vivo de meu Pai, assim também aquele que me comer viverá de mim. Este é o pão que desceu do céu. Porém não é como o maná, que os vossos pais comeram havendo morrido mais tarde. Quem comer este pão viverá eternamente».
℟. Louvor a Vós, ó Cristo.
Que pelas palavras do Evangelho nos sejam perdoados os nossos pecados.
Sermão de Santo Tomás de Aquino
Os benefícios imensuráveis, que a bondade de Deus concederam ao povo cristão, conferiu a eles também uma dignidade além de todo o preço. “Pois, que nação é tão grande, que tem deuses tão próximos a eles, como o Senhor, nosso Deus, é perto de nós?” O único Filho de Deus, com o prazer de nos tornar "partícipes da natureza divina", tomou nossa natureza para si, fazendo-se ele o próprio homem para que pudesse fazer deuses os homens. E tudo, tanto quanto ele tomou, ele se aplicou à nossa salvação. No altar da cruz, ele ofereceu seu corpo a Deus, o Pai, como um sacrifício por nossa reconciliação, ele derramou seu sangue como o preço pelo qual ele nos redimisse da miséria e da escravidão, e a limpeza pela qual ele nos limpa de todo o pecado. E para um memorial nobre e permanente dessa obra tão grande de sua bondade, ele deixou para seus fiéis o seu mesmo corpo por carne, e o seu mesmo sangue por bebida, para serem alimentos sob a aparência de pão e vinho.
Sermão de Santo Tomás de Aquino
Eis, então, quão preciosa, quão admirável, quão salutar, quão repleta de delícias é a Ceia [do Senhor]! Pode haver algo mais precioso que a Sua Ceia? Nela nos é oferecido como alimento, não mais — como outrora — a carne de touros e de bodes, mas o próprio Cristo, nosso verdadeiro Deus. Pode haver algo mais admirável que este Sacramento? Nele acontece que o pão e o vinho já não são pão e vinho, mas, em seu lugar, está o Corpo e o Sangue de Cristo; ou seja, o próprio Cristo, Deus Perfeito e Homem Perfeito. Cristo mesmo está presente ali, sob a aparência de um pouco de pão e vinho. Seus fiéis O recebem em alimento, mas Ele não é dilacerado; pelo contrário, quando [o véu que O encobre neste] Sacramento é partido, em cada fragmento partido permanece inteiro o próprio Cristo, Deus Perfeito e Homem Perfeito. Tudo quanto os sentidos percebem neste Sacramento — [a visão, o paladar, o tato, o olfato] — permanece com as características de pão e vinho, mas a Realidade não é pão e vinho. E assim se abre espaço para a fé: Cristo, que possui uma Forma visível, aqui é recebido não apenas invisivelmente, mas também sob a aparência de pão e vinho, e os sentidos, que julgam pela aparência habitual, são protegidos contra o erro.
Sermão de Santo Tomás de Aquino
Pode haver algo mais salutar do que este Sacramento? Por meio dele os pecados são purificados, as forças são renovadas, e a alma é nutrida com a abundância dos dons espirituais. Esta Ceia é oferecida na Igreja tanto pelos vivos quanto pelos mortos; foi instituída para a salvação de todos, e todos dela colhem benefícios. Pode haver algo mais cheio de delícias do que este Sacramento? A sua doçura gloriosa é, com efeito, tamanha que nenhum homem pode descrevê-la plenamente. Nela se sorve consolo espiritual diretamente de sua fonte. Nela se faz memória daquele imenso amor que Cristo demonstrou durante a sua Paixão. Foi para que a bondade infinita desse Seu grande amor se gravasse profundamente no coração dos fiéis, que, tendo celebrado a Páscoa com os seus discípulos, e estando terminada a última Ceia, “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, e tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”, e instituiu este Sacramento: este Sacramento, a perpétua “anunciação da sua morte até que Ele venha”; este Sacramento, cumprimento vivo de todas as antigas figuras e prefigurações; este Sacramento, o maior milagre que Ele jamais realizou, e a única e poderosa alegria dos que agora choram, até que Ele venha de novo, e seus corações se alegrem, e sua alegria ninguém lhes possa tirar.
Escritos de São Pedro Julião Eymard
"Nosso Senhor é, no Santíssimo Sacramento, o princípio da nossa santidade e também o modelo dela. Porque a lei por si só não nos basta, já que, para compreender, precisamos ver o modo de agir — e Nosso Senhor se apresenta como o exemplo que devemos imitar e reproduzir: "Veni, sequere me”, vem, segue-me. Ora, é preciso tomar Nosso Senhor onde Ele se manifesta a nós: no Santíssimo Sacramento, onde o Evangelho continua diante de nossos olhos. Por isso, a Eucaristia deve ser o nosso Evangelho — mas um Evangelho vivo. Por que razão haveríeis de vos privar da visão de sua Pessoa para ler sua Palavra, que chega até vós através de vinte séculos? Além disso, o próprio Evangelho continua sendo um livro fechado quando Nosso Senhor não o abre, enquanto que no Santíssimo Sacramento é onde Ele o desenvolve, comenta e ilustra com Suas virtudes, renovando-as e continuando-as diante de nossos olhos.
Escritos de São Pedro Julião Eymard
É preciso conseguir que toda a vossa vida receba sua unidade a partir do pensamento da Eucaristia, que contém integralmente Nosso Senhor: sua vida passada, que preparava a Eucaristia; sua vida presente, que se desenrola diante de vossos olhos e cujas virtudes vedes; sua vida futura, que não será senão a extensão gloriosa e já sem véu do sacrifício eucarístico. Contemplai, pois, a Nosso Senhor vivendo sua vida de amor no Santíssimo Sacramento, onde Ele aplica o amor de todos os seus mistérios e virtudes. A Eucaristia é de todas as festividades e de todos os dias do ano; nada se pode recordar de que ela não seja uma recordação viva. Na Eucaristia celebramos o amor permanente de Nosso Senhor — seu amor atual e vivente até o fim do mundo. Toda a religião, seus mistérios e suas festas, suas graças e virtudes, assim como seus deveres, encontram-se vivificados pelo amor da Eucaristia, donde extraem sua vida e sua graça. Nada deveis amar senão na Eucaristia e por causa de sua relação com ela; pois ela deve ser, em tudo, o vosso amor último, de modo que não ameis coisa alguma senão por causa dela.
Escritos de São Pedro Julião Eymard
Embora não nos unamos com o Espírito Santo tão intimamente como deveríamos, nem procuremos aprender a conhecê-Lo, somos templos d’Ele e Ele habita em nós. “Sabeis quem é o Espírito Santo?” poderia perguntar a muitos cristãos; os quais responderiam que nem sequer ouviram falar d’Ele... Ah!... a razão é que, para conhecer o Espírito Santo, é preciso viver uma vida interior: todas as suas operações são interiores. Aqueles que vivem dispersos para o exterior poderão conhecer seus dons, mas jamais compreenderão sua linguagem amorosa e sua voz, que é patrimônio das almas silenciosas e recolhidas. Rogai, pois, com frequência a esse divino Espírito; a alguns Ele os preparará para comungar; Ele falará por vós e dará por vós as devidas graças a Jesus, e Jesus reinará por meio d’Ele em vossas almas.
Escritos de São Pedro Julião Eymard
Não está somente o Espírito Santo na Virgem Maria para receber o Verbo divino, pois além disso Ele criou no seu seio a alma humana de Jesus e formou ali o seu corpo com o sangue puríssimo da Virgem. Pois isso mesmo fará em nós quando comungarmos; Ele nos converterá em Jesus Cristo, pois esse é o seu efeito próprio. Converter-nos-á espiritualmente em Jesus, fazendo-nos uma só coisa com Ele; fará com que participemos do estado de Jesus, quanto ao corpo, formando em nós a semente da glória que tornará nossos corpos semelhantes ao corpo glorioso de Jesus; e o Espírito do Verbo que fez Jesus ressuscitar glorioso do sepulcro, também ressuscitará nosso corpo para a mesma glória.
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Breviário Romano.
Dom Athanasius Schneider, Gloria Dei. In: https://www.gloriadei.io/articles/the-sins-against-the-blessed-sacrament-and-the-need-of-a-crusade-of-eucharistic-reparation/. Acesso em 10 de junho de 2025.
São Pedro Julião Eymard. A Divina Eucaristia. México, Hererros, 1895.
