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Dona de casa: um título nobre!

Vida em família
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29/4/2025
Patrícia Vettorazzi

Dona de casa: um título nobre!

Essa nobreza não vem da cultura, da classe social, da hereditariedade, da elegância, do modo de vestir ou da quantidade de seguidores. Ela nasce da própria voz de Deus nas Escrituras e se revela na forma como a mulher cumpre sua missão de esposa, mãe e dona de casa.

No capítulo 31 do livro dos Provérbios, o próprio Senhor entoou um hino de louvor à mulher que governa bem o seu lar:

“Confia nela o coração de seu marido, e jamais lhe faltará coisa alguma.” (Pr 31,11)
“Seus filhos se levantam para proclamá-la bem-aventurada, e seu marido para elogiá-la.” (Pr 31,28)

É um elogio divino, repleto de dignidade e propósito. A missão da mulher virtuosa é essencial, natural e sagrada. Não é voltada à busca de reconhecimento público, mas àquela que serve, edifica e santifica no silêncio. Justamente por isso, torna-se o apoio confiável do esposo e a alegria dos filhos.

No entanto, vemos hoje um cenário preocupante:

  • O matrimônio, que é sagrado e querido por Deus, passou a ser tratado como um contrato entre partes, numa tentativa de “dar certo”, quando, na verdade, não existe tentativa, cada esposo tem sua missão, e a esposa deve ser fonte de alegria, acolhimento e compreensão.

  • Na criação dos filhos, muitas mães terceirizam sua missão, substituindo sua presença por compensações, elogios e mimos — e colhem, então, frutos de fragilidade emocional e imaturidade. Justamente elas, que deveriam carregar o título de Donas do futuro, pois seus filhos são o futuro.

  • Em relação ao cuidado com a casa, é cada vez mais comum ouvir de mulheres recém-casadas que não sabem cozinhar ou administrar minimamente os afazeres do lar — quanto mais transformar uma casa em um verdadeiro lar.

Nossa sociedade já começa a colher as consequências dessa perda da nobreza feminina, dessa desconexão com a vocação de dona de casa e mãe.

No livro As Três Chamas do Lar, destacam-se cinco virtudes da mulher de Provérbios 31 como exemplo para nós:

1. Sua dedicação à família

 

“Levanta-se, mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa das servas.” (Pr 31,15)

Mesmo com ajuda, é a mulher que faz questão de estar presente, de cuidar, de prover, de preparar com amor aquilo que só ela pode dar: presença, calor e zelo.

2. Sua alegria no trabalho, dentro e fora do lar

 

“Vê que é boa a sua mercadoria; e a sua lâmpada não se apagade noite. Estende as suas mãos ao fuso, e suas mãos pegam na roca.” (Pr31,18-19)

Ter um trabalho que gere renda não é errado, mas é preciso ter a sabedoria de não deixar que esse trabalho consuma o tempo e a energia que pertencem à família. A beleza e a harmonia da casa devem estar intrinsecamente ligadas ao coração da mulher.

3. Sua clemência com os pobres

 

“Abre a sua mão ao pobre, e estende as suas mãos ao necessitado.” (Pr 31,20)

Caridade não se limita a doações materiais. A mulher virtuosa oferece também seu tempo, sua oração e sua presença: seja limpando a igreja, ajudando uma mãe doente ou oferecendo uma palavra de consolo.

4. Sua cultura de espírito

 

“Abre a sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua língua.” (Pr 31,26)

A mulher que busca crescer na fé, no conhecimento e na comunicação torna-se referência para os filhos e inspiração para o lar. Boas leituras, estudo da fé e domínio da linguagem revelam sua dignidade interior.

5. Sua piedade e temor a Deus

 

“Muitas filhas têm procedido virtuosamente, mas tu és, de todas, a mais excelente! Enganosa é a graça e vã é a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada.” (Pr 31,29-30)

A mulher que teme e confia no Senhor colhe os frutos dessa fé no cotidiano. Ela enxerga a beleza no lar, reconhece o amor no olhar do esposo e recebe o respeito dos filhos — até o dia em que contemplará a face de Deus.

Além da mulher de Provérbios, as Escrituras nos apresentam outras figuras inspiradoras:

Débora, com sua liderança e coragem; Rute, com sua bondade e renúncia; Marta, com seu serviço diligente ao Senhor. Esta última foi alertada por Cristo a não se esquecer da “única coisa necessária”: estar aos pés do Mestre.

Essa é a beleza do verdadeiro serviço doméstico:

Não é o esforço por manter uma imagem de perfeição, mas a entrega amorosa que faz do lar um reflexo do amor de Deus.

 

Referências:

Sousa, Geraldo Pires. As três chamas do lar. São Paulo: Caritatem, 2019.

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